Evento “Inclusão em Foco” reúne comunidade escolar em dois dias de diálogos e reflexões sobre educação inclusiva
Nos dias 24 e 25 de setembro, o Campus Muzambinho do IFSULDEMINAS realizou o evento “Inclusão em Foco”, uma iniciativa do NAPNE — Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Específicas, que mobilizou estudantes, servidores e convidados externos em torno de um objetivo comum: fortalecer o compromisso institucional com uma educação mais justa, humana e respeitosa.
A programação contou com mesa redonda, palestras, bate papo e apresentações artísticas, promovendo espaços de escuta e diálogo sobre temas fundamentais para a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva.
A Coordenadora Geral de Ensino, Giovanna Carvas, ressaltou que o NAPNE tem sido, ao longo dos anos, um espaço de articulação, escuta e proposição de práticas transformadoras: Cada ação realizada é fruto do envolvimento coletivo de servidores, estudantes e parceiros, que acreditam na escola como lugar de pertencimento e respeito à diversidade.
Na abertura do evento, os participantes foram convidados a revisitar a trajetória do NAPNE no Campus Muzambinho, reconhecendo sua importância histórica como espaço coletivo de assessoramento, proposição de políticas e acompanhamento das ações de inclusão. Desde sua criação, o Núcleo tem atuado na formação da comunidade escolar, na promoção de campanhas de visibilidade e na articulação entre diferentes setores para garantir o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes com necessidades educacionais específicas.
Essa primeira ação esteve sob responsabilidade da professora Ieda Kawashita, que atuou como coordenadora do Núcleo entre 2014 e 2020 e também o atual coordenador, o servidor Juliano Strabelli. Para a dupla, “a inclusão não é um setor ou um evento isolado — é um compromisso permanente de toda a comunidade escolar. Iniciativas como o Inclusão em Foco mostram que, quando dialogamos e trabalhamos juntos, conseguimos transformar o cotidiano da escola e abrir caminhos reais para uma educação mais justa e humana.”
As palestras realizadas ao longo dos dois dias foram momentos de grande riqueza formativa, trazendo à comunidade escolar reflexões profundas e perspectivas complementares sobre diferentes dimensões da inclusão.
A professora Lia Polegato, juntamente com Sérgio Garcia e Sara Mateus, abriram o ciclo de debates destacando a importância da extensão inclusiva e do diálogo com a comunidade externa. Sua fala enfatizou que práticas inclusivas ganham força quando são construídas com as pessoas, e não para elas — valorizando a escuta ativa e o protagonismo dos sujeitos com deficiência nos processos de transformação social.
Na sequência, Carla Vilaronga trouxe uma análise sensível e prática sobre o PEI (Plano Educacional Individualizado), defendendo-o como uma ferramenta pedagógica viva, construída de forma colaborativa entre educadores e estudantes, e não como um instrumento meramente burocrático. Sua abordagem provocou reflexões importantes sobre o planejamento pedagógico inclusivo e a corresponsabilidade institucional nesse processo.
A professora Mayara Silva abordou o tema da terminalidade específica, destacando os desafios e as possibilidades de se construir uma escola verdadeiramente para todos antes de se pensar nos mecanismos de certificação. Sua palestra evidenciou o equilíbrio entre o direito à educação e os riscos de práticas excludentes quando o debate sobre terminalidade não é conduzido com sensibilidade e compromisso coletivo.
Na programação noturna, Jonas Godói conduziu uma fala inspiradora sobre a Libras e o papel da comunicação no início de qualquer processo de inclusão. Sua palestra reforçou a ideia de que a inclusão começa quando as barreiras linguísticas são derrubadas e a comunicação se torna acessível para todos.
Encerrando o evento, Thálita Santos discutiu o tema da neurodiversidade e das barreiras de aprendizagem, convidando a comunidade escolar a repensar práticas pedagógicas, atitudes e espaços escolares. Sua fala destacou que reconhecer a diversidade neurológica é um passo essencial para promover uma educação mais justa, acolhedora e eficaz.
Cada palestra, à sua maneira, ampliou o repertório coletivo da comunidade acadêmica, conectando teoria e prática, sensibilizando os participantes e reafirmando a importância do diálogo entre diferentes áreas do conhecimento para a construção de uma educação inclusiva sólida e transformadora.
Um destaque especial deve ser dado ao trabalho das professoras de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que tiveram participação ativa na organização do evento e desempenham um papel fundamental no dia a dia do campus.
Com sensibilidade, competência técnica e profundo compromisso com a inclusão, essas profissionais atuam diretamente no acompanhamento dos estudantes com necessidades educacionais específicas, articulando-se com docentes, famílias e diferentes setores para garantir que o direito à educação seja efetivado de forma concreta e respeitosa.
Durante os dois dias de evento, apresentações culturais emocionaram o público, valorizando a diversidade de expressões e talentos presentes no campus e na comunidade regional.
A realização do Inclusão em Foco reforça a convicção de que a transformação da escola — e da sociedade — só acontece com o envolvimento de todos. A ação vem somar aos esforços da Gestão de Ensino, que tem investido em práticas pedagógicas e políticas institucionais voltadas para garantir uma educação de qualidade, equitativa e inclusiva.
Mais do que um evento, o “Inclusão em Foco” foi um convite coletivo para escutar, aprender e agir. Um passo importante na consolidação de uma escola que reconhece, respeita e valoriza as diferenças.
TEXTO E IMAGENS: Juliano Strabeli - Coordenador do Napne e Tradutor e Intérprete de Libras/Português e CGE - Giovanna Carvas.
Redes Sociais