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Iniciativa do Campus Muzambinho reforça o alerta sobre a necessidade de combate a hanseníase

Publicado: Quarta, 18 de Setembro de 2024, 16h22 | Última atualização em Quarta, 18 de Setembro de 2024, 16h26

PHOTO 2024 08 05 16 48 31O crescente número de casos de hanseníase no Brasil tem colocado as Secretarias de saúde em estado de alerta para prevenção com treinamentos específicos para seus enfermeiros, médicos e demais integrantes das equipes de saúde.

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento que, assim que iniciado, põe fim à transmissão. Ambos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o estado.

Através de uma parceria entre o IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, a Universidade Estadual de São Paulo - USP e a Prefeitura da cidade de Muzambinho, as equipes de saúde estão recebendo atualizações, treinamentos e todo suporte necessário para prevenção e combate à doença.

A iniciativa ocorre através da coleta de dados e da divulgação de informações à toda comunidade. Após responder a um questionário de suspeição de hanseníase, realiza-se a avaliação e também uma consulta. Em caso de resultado positivo será ofertado o tratamento adequado para o caso.

Na cidade de Muzambinho, aproximadamente 5 mil pessoas foram entrevistadas e estão em avaliação 98 pacientes identificados através da busca ativa de casos de hanseníase.

 

 

Importância da iniciativa no cenário atual

WhatsApp Image 2024 09 17 at 07.30.30 3No IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, o coordenador da iniciativa é o docente Fabricio dos Santos Ritá que destaca que "o projeto de Educação em Saúde contra a Hanseníase tem como objetivo principal capacitar os profissionais de saúde para receberem os pacientes que apresentam sinais e sintomas sugestivos da doença. Atualmente o Brasil é o segundo país do ranking dos países com mais casos novos de hanseníase no mundo e a doença vem crescendo ano após ano. No ano de 2023 tivemos 19.000 casos novos, representando 5% em relação ao ano de 2022. Esses números mostram que não é uma doença que está erradicada, que pelo contrário está ativa na comunidade."

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), “Nos últimos três anos, foram diagnosticados em Minas Gerais uma média de 1.339 novos casos da hanseníase por ano, o que demonstra que há transmissão ativa da doença no estado”. Sendo 866 somente na Microrregião do sul de Minas Gerais.

O jornalista João Daniel Alves da EPTV, esteve em nosso Campus para divulgar a iniciativa e, em suas entrevistas, deu destaque a necessidade de difusão das informações sobre a doença na garantia de um diagnóstico ágil. Clique e confira a reportagem.

WhatsApp Image 2024 09 17 at 07.30.30 7O Professor Júlio César Gonçalves foi um dos entrevistados e disse que a iniciativa atende a umas demanda que ele nem sabia que existia. De acordo com Júlio, a hanseníase é uma doença tão antiga que acreditava-se que havia sido erradicada. No entanto a doença segue em nossa região e a iniciativa ajudará não somente no tratamento e diagnóstico, como na prevenção.

 

 

A parceria

De acordo com Fabrício, o crescente número de casos foi o motivo de execução da iniciativa. "Por isso firmamos um compromisso entre a USP, através do Professor Marco Andrey, que também é Presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, o IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho e a Prefeitura Municipal, treinando e capacitando os agentes comunitários de saúde, médicos e enfermeiros, como forma de instrumentalizar a atenção primária para estar apta a receber os potenciais pacientes". 

O coordenador citou que este é "um projeto pioneiro que faz a busca ativa da doença e contribui para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável com educação de qualidade, promoção da saúde e parcerias".

Transmissão e cura

A transmissão ocorre após um longo tempo de exposição e convívio com pessoas infectadas pela bactéria Mycobacterium leprae em estado ativo. A hanseníase é transmitida por meio das vias respiratórias (fala, tosse ou espirro) e atinge a pele e os nervos periféricos como os das mãos e pés, causando a perda de sensibilidade da pele. Se não for tratada, pode evoluir para o comprometimento severo dos movimentos dos membros.

A doença tem cura e conta com tratamento gratuito através do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do tratamento ter duração estimada em 1 ano, após a primeira dose da medicação, não há mais risco de transmissão, podendo o paciente conviver em meio à sociedade.

Segundo Fabrício, a doença é negligenciada pois não recebe a devida atenção, podendo causar a incapacidade das pessoas e ter transmissão intradomiciliar. Assim, quanto mais cedo for diagnosticada a doença, mais oportuno será o tratamento e também a contenção da transmissão.

TEXTO: Tatiana de Carvalho Duarte

IMAGENS E INFOGRÁFICO: Karen Vaz

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