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A geada afetou sua produção? Estudo auxilia a identificar áreas atingidas

Publicado: Sexta, 13 de Agosto de 2021, 15h17 | Última atualização em Sexta, 13 de Agosto de 2021, 15h17

WhatsApp Image 2021 08 13 at 11.40.20Mapeamento mostra que 179 mil hectares foram afetados pela geada de julho.

A geada que ocorreu em julho de 2021 afetou cerca de 179.000 hectares no sul e sudeste de Minas Gerais, considerando apenas áreas maiores que 0.2 hectare.

Em Alfenas, uma das cidades mais atingidas, estima-se que foi afetada uma área de aproximadamente 3.600 ha. Já a área de Muzambinho atingida por geadas foi de 1.517 ha, de acordo com os dados da pesquisa do professor do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, Allan Arantes Pereira.

Muitos foram os danos percebidos nas produções agrícolas da região. E para contabilizar os prejuízos e se proteger de novas geadas, os produtores precisam ir a campo para analisar cada espaço.

Pensando nisso, o professor Allan mapeou as áreas atingidas pela geada de julho utilizando técnicas de sensoriamento remoto, juntamente com os professores Walbert Júnior Reis dos Santos e Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido.

"A geada é um fenômeno meteorológico que pode causar um grande dano econômico. No entanto, quantificar este dano em campo não é uma tarefa trivial, quando se trata de uma região de grandes extensões, como o Sul de Minas. Neste contexto, o sensoriamento remoto entra como uma ferramenta que pode auxiliar no monitoramento dessas áreas. Assim, o trabalho de mapeamento de geadas foi desenvolvido com o objetivo de dimensionar a extensão das áreas atingidas por geada no sul e sudoeste de Minas Gerais", citou Allan.

Cafeicultura atingida pela geada

O estudo demonstrou como a geada afetou todas as áreas e culturas. Porém, o trabalho ainda apontou as áreas onde a geada teve severidade média, alta e baixa, podendo servir como base de dados para mitigação dos danos na cafeicultura.

Segue o exemplo do mapeamento de cidades da região com áreas de café atingidas pela geada:

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Como funciona o mapeamento

De acordo com o professor, o mapeamento é feito de forma automática a partir de um índice de geada que foi desenvolvido com base em estudos preliminares de sensoriamento remoto e de cafeicultura desenvolvidos no Campus Muzambinho.

Alan explicou que "este índice é como se tirasse um 'raio X' da área, antes e depois da geada e, ao comparar as duas imagens, podemos detectar onde houve mudanças. Com base nesta comparação é feita a segmentação e é extraída a área atingida".

Ainda segundo o professor, a próxima etapa será a de validação do mapeamento com dados de campo e a extração dos padrões das áreas atingidas para gerar um mapa de risco de geadas. 

Nova massa de ar frio

Em nossa região a temperatura chegou a mínima de -1º em julho de 2021. Mas em outras regiões do país o frio foi extremo e chegou a menor temperatura de -8,2°C, no dia 20 de julho, em Urupema - SC, conforme medição do Epagri-Ciram.

E uma outra massa de ar frio está a caminho. Os produtores rurais ainda nem terminaram de contabilizar os prejuízos da geada e já precisam se preparar para um novo período de friagem.

Segundo informações do Canal Rural, "as temperaturas devem continuar abaixo da média na metade Sul do Brasil. A meteorologia prevê três novas ondas de frio para o mês de agosto. Embora não devam ser tão fortes quanto àquelas de julho, com geadas, o clima continua sendo a maior preocupação do produtor".

Assim é de extrema inportância que os produtores identifiquem quais áreas são mais suscetíveis a esses extremos climáticos para que possam encontrar formas adequadas de proteção ou de redução dos danos.

Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) disse que geadas ainda serão possíveis na Região Sul e na Serra da Mantiqueira (entre São Paulo e Minas Gerais), mas ressaltou que o frio não será tão intenso como a frente fria anterior.

De acordo com o Boletim Agroclimatológico do trimestre de agosto a outubro/2021 (emitido pelo Inmet) para a Região Sudeste, "são previstos volumes de chuva abaixo da faixa normal climatológica, porém não se descarta a ocorrência de chuvas intensas em algumas áreas da região, principalmente na segunda quinzena de outubro. A temperatura do ar deverá prevalecer acima da climatologia do trimestre em grande parte da região, porém ainda existe a possibilidade de dias com temperaturas mais baixas em áreas de maior altitude. Na maior parte da Região Sudeste, a previsão aponta condições de déficit hídrico para os próximos meses, com redução desta área no mês de outubro".

PHOTO 2020 09 22 17 33 10Os perigos da seca

Além da frente fria, a seca também já apresenta perigos para os produtores. Segundo o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), do Ministério da Integração Nacional (MI) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a nossa região enfrenta uma seca grave. "Na Região Sudeste, em função da persistência de chuvas abaixo da média, o maior destaque foi o avanço da seca extrema em São Paulo. Além disso, devido à piora nos indicadores, houve o avanço das secas fraca, moderada e grave no centro e sul de Minas Gerais. No Rio de Janeiro e Espírito Santo ocorreu, respectivamente, aumento da área com seca moderada e seca fraca".

Essa seca extrema prejudica o agronegócio pela escassez hídrica, mas também pelo alto índice de queimadas. Pensando nisso, o professor Allan Arantes Pereira também faz parte do Sistema ALARMES (Alerta de Área queimada com Monitoramento Estimado por Satélite).

Implementado inicialmente para Portugal, é o primeiro sistema deste tipo no Brasil e permite estimar em tempo quase real a área atingida pelo fogo.

Criado por meio do Projeto Andurá, o sistema foi financiado pelo CNPQ-PREVFOGO e desenvolvido em colaboração com o Instituto Dom Luiz, com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, com o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - IFSULDEMINAS, com a Universidade do Estado do Amazonas, com o IBAMA e com o Instituto SOS Pantanal.

Mais informações sobre o Sistema ALARMES podem ser obtidas AQUI.

TEXTO: ASCOM - Campus Muzambinho

IMAGENS: acervo do pesquisador.

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