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Pesquisa usa a queda do enfolhamento do cafeeiro como indicativo para o controle de doenças fúngicas

Publicado: Segunda, 19 de Julho de 2021, 10h50 | Última atualização em Quarta, 21 de Julho de 2021, 08h08

jsfa.v101.9.coverProfessores e estudantes do IFSULDEMINAS, do IFMS e da UNESP de Jaboticabal publicaram o artigo "Can nonlinear agrometeorological models estimate coffee foliation?" na revista JSFA - Journal of the Science of Food and Agriculture que possui fator de impacto de 2.614 e é considerada pelo QUALIS-CAPES como “A1” na área de ciências agrárias, qualificação de nível de excelência internacional.

Com autoria de Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido (IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho), João A. Lorençone (IFMS - Naviraí), Pedro A. Lorençone (IFMS - Naviraí), Glauco de Souza Rolim (UNESP - Jaboticabal), Kamila C. de Meneses (UNESP - Jaboticabal), José R. da Silva Cabral de Moraes (UNESP - Jaboticabal) e Guilherme B. Torsoni (IFMS), o artigo teve como objetivo demonstrar que os modelos agrometeorológicos não lineares podem estimar a foliação do café. 

Segundo os autores, "o artigo busca ajudar os produtores em suas tomadas de decisões e também em seus planejamentos agrícolas, uma vez que norteia e contribui com o manejo das folhas e das doenças do cafeeiro de todas as regiões produtoras do BRASIL".

A pesquisa

Dados do artigo demonstraram que "a perda das folhas do café, causada pelo ataque de pragas e doenças, reduz significativamente sua produção e qualidade do grão. Assim, o trabalho teve como objetivo estimar a foliação para regiões com maior produção de café arábica no Brasil, utilizando modelos não lineares em função do clima".

Na imagem ao lado é possível observar a redução do enfolhamento no tempo, para as 70 localidades de estudo.

Com base em tais dados os autores concluíram que "locais com altas temperaturas do ar ao longo do ano tiveram baixa foliação do café arábica, conforme mostrado pela correlação de -0,94. Portanto, a foliação do café pode ser estimada em graus-dia com exatidão e precisão através da temperatura do ar. Isso representa uma grande conveniência porque a foliação da cultura pode ser obtida usando apenas um termômetro".

O autor Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido também ressaltou a importância da participação de representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas nesse artigo. Segundo ele, "o IFSULDEMINAS foi a principal instituição do artigo, devido sua localização privilegiada na grande área cafeeira do Brasil. O IFSULDEMINAS forneceu os dados de enfolhamento e doenças para a realização de todo o trabalho. Eu sendo o representante do IFSULDEMINAS na pesquisa fui o coordenador principal de toda a pesquisa, comandando todas as etapas do projeto até a sua publicação".

Importância do tema para os produtores de café

Em entrevista à nossa assessoria de comunicação, Lucas Aparecido destacou pontos importantes do artigo.

ASCOM: De que forma que você e os demais pesquisadores definiram essa área de estudo?

Professor Lucas: O tema do artigo é "Previsão da queda do enfolhamento do cafeeiro em função da ocorrência de doenças por técnicas de modelagem". Este tema foi escolhido devido o ineditismo do assunto e em função que um dos grandes problemas que as doenças fúngicas do café proporcionam é a queda das folhas. 

Devemos lembrar que com a queda das folhas ocorre uma redução drástica da fotossíntese líquida e consequentemente, redução da produtividade do cafeeiro. Em síntese, todo ano há perda de folhas do café por causa de doenças e isso reduz a produção.  E nós desenvolvemos algoritmos que faz a previsão das perdas de folhas caso as doenças não sejam controladas.

ASCOM: De que forma essa pesquisa pode contribuir com os produtores da região?

Professor Lucas: A pesquisa mostra claramente o a quantidade de folhas que os cafeeiros perdem em cada mês do ano em função das doenças, e isso vai informar os produtores a necessidade e o momento que se realizar o controle efetivo das doenças fúngicas da cultura. E síntese, o trabalho ajuda no planejamento e nas tomadas de decisões do controle das doenças fúngicas do café.

ASCOM: Como foi estabelecida essa relação com outras instituições?

Professor Lucas: Fizemos uma reunião com os pesquisadores de cada instituição que trabalham com a cultura do café e apresentamos a proposta do trabalho e todos os professores aprovaram a proposta e se disponibilizaram a contribuir com a pesquisa. A partir daí foram feiras varias reuniões quinzenais na qual eram definidos os objetivos e metas para cada período de execução. Vale a pena ressaltar que o artigo abrange todas as áreas cafeeiras de café arábica do Brasil e por isso a necessidade de Instituições sediadas em vários locais de território nacional. 

ASCOM: Quais serão os próximos passos da análise?

Professor Lucas: Os próximos passos serão testar os modelos calibrados neste artigo em dados de mudanças climáticas do IPCC que vão nos mostrar como será o comportamento da queda de folhas do café nas condições futuras, por exemplo, daqui a 10, 20 anos e quem sabe 30 anos. Isso será de grande valia para decisões em longo prazo, como novos plantios de culturas resistentes a doenças fúngicas, como a cultivar “Obatã”.

Mais informações podem ser obtidas no artigo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/jsfa.11387)

TEXTO: ASCOM

IMAGENS: Dados do artigo e foto do autor Lucas Aparecido.

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