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1º Encontro com APAEs

Mais de 200 pessoas participam de ações do IFSULDEMINAS por inclusão social

Publicado: Segunda, 26 de Agosto de 2019, 13h08 | Última atualização em Domingo, 15 de Março de 2020, 21h24

1º Encontro com as APAEs reúne mais de 200 pessoas em minicursos e palestra sobre educação inclusiva

DSC 0961Na última sexta-feira, 23 de agosto, o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, promoveu o 1º Encontro com as APAEs. Realizado durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, o evento reuniu profissionais das APAEs, membros dos Napnes, servidores, além de estudantes e profissionais interessados em aprender mais sobre educação inclusiva. Cerca de 200 pessoas se inscreveram para os minicursos e palestra realizados no Campus Machado.

O evento nasceu da parceria entre o Instituto Federal e dez APAEs sul mineiras no Programa Aprendendo com as Diferenças. Juntas, as instituições atendem cerca de 200 usuários com deficiência intelectual e/ou múltipla, dando a oportunidade de incluí-los em uma instituição de ensino, proporcionando-lhes autonomia e independência em todo seu ciclo de vida, por meio de ações práticas no campo, como plantio de hortaliças, coleta de ovos, entre outras, desenvolvem habilidades e competências.

 Minicursos

20190823 101222No período da manhã, os participantes foram recebidos com um café no refeitório do campus. Após o credenciamento, eles se dirigiram às salas onde os minicursos foram oferecidos. Libras, Equoterapia, Autismo, Política de Assistência Social e Deficiência Intelectual foram os temas abordados.

Deficiência Intelectual

Roana Rios Magri e Terezinha de Jesus Martins Ferreira, profissionais de Atendimento Educacional Especializada (AEE) do Campus Muzambinho, ministraram o minicurso sobre Deficiência Intelectual. Durante a atividade, os participantes foram divididos em grupos para refletirem sobre a questão, considerando a realidade da sala de aula. De acordo com a profissional, um grande problemas é que nem todos os alunos possuem um laudo com o diagnóstico da deficiência. “Muitas vezes é preciso identificar, primeiro, a condição do estudante. Hoje, temos 34 alunos laudados no Campus Muzambinho, porém estamos investigando oito pessoas. Têm situações que a própria família omite o problema”. Nessas condições, o primeiro passo é o diagnóstico e por isso a proposta de refletir sobre a questão.

apaesAutismo

Segundo explicou a psicóloga Raphaela Nogueira Tardiolli, o diagnóstico de Autismo é complexo. “Conhecemos muitas crianças que têm algumas características autísticas, mas não apresentam Autismo. Isso é chamado de embotamento autístico ou afetivo. Quando isso ocorre, o menino não é considerado autista. É importante fazer essa diferenciação, pois trata-se por uma fase na qual a criança opta por um distanciamento com outro em função de uma série de questões pessoais. Há a possibilidade de reverter esse quadro com terapias adequadas”, contou.DSC 0985

 

Equoterapia

A coordenadora do Centro de Equoterapia do Campus Machado, professora Daiane Moreira, ministrou o minicurso sobre o tema. Ela compartilhou sua experiência desde que iniciou o projeto, as dificuldades e os resultados alcançados. Segundo explicou, o principal objetivo é a Extensão, ou seja, o atendimento à comunidade. No entanto, para Daiane a reabilitação dos estudantes é um ganho enorme para a instituição. “Quando falamos dos centros de equoterapia estarem nos institutos federais é porque eles conseguem reabilitar a comunidade e também os estudantes. Por meio da Equoterapia, conseguimos resgatar o amor ao próximo e o cuidado com o outro. Os estudantes e até mesmo os servidores que atuam no centro passam a reclamar menos”.

librasLibras

Esse tema foi abordado pelo professor Rafael Carlos Lima, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), que discorreu sobre a realidade do mercado e as dificuldades de encontrar profissionais, além da necessidade de adequação à legislação. Rafael foi autodidata e contou que buscou praticar a Língua Brasileira de Sinais sozinho, enquanto ouvia música e observava uma série de coisas. “Vocês não sabem como é difícil conseguir profissionais, a cidade de Alfenas possui 4.091 surdos (Censo de 2010). Dentro das instituições, que são obrigadas a se adequarem à legislação, é difícil conseguir intérpretes e quando conseguimos vagas, o difícil é achar profissionais”, falou.

estudantes

A estudante do 4º período de Administração do Campus Machado, Márcia Marciana Inácio, se interessou pelo minicurso de Libras, por enxergar a limitação de profissionais no mercado. “Como o palestrante disse, existem poucas pessoas no mercado que possuem essa especialidade. É interessante uma pessoa da Administração ter um bom conhecimento de Libras”, comentou. “Nós como gestores podemos, em determinado momento, ter que contratar pessoas que têm essa necessidade. Se soubermos Libras, facilitará o nosso trabalho e ajudará a incluir esse público no mercado”, complementou a estudante Daniele de Cássia Inácio, também do 4º período de Administração.

Política de Assistência Social

José Rodrigo Lopes é assistente social e trabalha com as APAEs de Ipuiuna, Cabo Verde e Guaranésia. Ele proferiu a palestra sobre políticas assistenciais e pontuou a necessidade de levar conhecimento às APAEs e aos gestores públicos sobre a legislação e sobre essa transformação no trabalho da instituição, buscando a excelência nesta prestação de serviço. Para isso, considera essencial a busca de parcerias que possam contribuir com a mudança no papel das APAEs. “É uma responsabilidade muito grande tirar a pessoa com deficiência de dentro da instituição e integrá-la à sociedade, ter contato com outras pessoas. O Instituto Federal abriu portas para que isso ocorresse, para a reabilitação dessas pessoas. Não tenho dúvidas de que é uma parceria muito importante”, disse.

20190823 110707“As APAEs estão passando por um processo de transformação, saindo do foco da educação e ingressando na assistência social. As instituições que não fizerem essa migração terão dificuldades para se manterem daqui por diante”, contou a presidente da APAE de Cabo Verde, Cláudia Leite. Segundo explicou, prestar esse serviço para o município é um processo muito importante e a dificuldade maior é a sintonia com os gestores municipais para conseguir financiamento em dinheiro, de forma a custear a política de assistência social. “A palestra do Rodrigo ajudou a nortear esse caminho, transferindo, da teoria para a prática, informações para começar esse caminho ou para que, aqueles que já começaram possam dar continuidade”.

O assistente social da APAE de Alfenas, Moisés da Silva Souza, concorda que é preciso buscar a excelência no trabalho das Apaes. “Ainda estamos engatinhando nessa questão, de atender à pessoa com necessidades, dentro da legislação, da tipificação do serviço e com excelência”. Ele conta que as APAEs têm muitas dificuldades na gestão financeira, pois não possuem um recurso próprio, mas dependem de projetos, programas e parcerias. “O que é um grande entrave para resolver os problemas”, comentou.

Terezinha Fátima da Silva é da APAE de Guaranésia e considera que é preciso melhorar muitos pontos no trabalho. “O gestor público precisa compreender a necessidade de financiamento e de parceria para manutenção dessa prestação de serviço tão necessária à sociedade”, contou.

Palestra 

No período da tarde, o reitor do IFSULDEMINAS, Marcelo Bregagnoli, e o pró-reitor de Extensão, Cleber Ávila Barbosa, retomaram o evento e os participantes puderam conferir o palestrante Eduardo Barbosa, superintendente da Federação das APAES do Estado de MG, falando sobre “Família e pessoa com deficiência: protagonistas na implementação das políticas públicas”.

 

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Texto: Ascom Machado/IFSULDEMINAS com revisão da Reitoria
Data: 26/08/2019

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