Exposição de livros sobre o Universo Feminino acontece neste mês na biblioteca

Publicado: Sexta, 15 de Março de 2019, 13h39 | Última atualização em Sexta, 05 de Março de 2021, 10h28

A biblioteca Monteiro Lobato está durante todo o mês de março com exposição de livros sobre o Universo Feminino. E para estimular os alunos a conhecerem os livros, a biblioteca está preparando uma série de resumos de livros de autoras reconhecidas.
O primeiro a ser exposto é da autora Carolina Maria de Jesus, que inclusive ontem foi homenageada na página inicial do Google.
Carolina Maria de Jesus, mulher, negra e pobre. Personagem que tantas vezes passa despercebida, principalmente na correria das grandes cidades. Essa mulher forte nos mostra em seu livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, o cotidiano cruel dos favelados.
O livro escrito em meados do século passado mostra a realidade vivida pelos moradores da Favela do Canindé situada em São Paulo em uma época de grande crescimento populacional. Ali Carolina relata em seu diário as mazelas de sua vida fruto de extrema marginalização. Catadora de lixo e mãe de três filhos: João, José Carlos e Vera Eunice, ela se desdobra para prover a família. As palavras: fome, pão, água, café são repetidas à exaustão e demonstra de maneira bem realista a indignação que os moradores da favela sentem. A autora manifesta sua aversão a situação vivida naquele lugar e a esperança de mudança para uma vida melhor.
Conversas entre a vizinhança são comuns. Conversa-se de tudo: sobre o governo, os preços dos alimentos, as novas famílias, relacionamentos amorosos, as pessoas que ficam embriagadas e uma infinidade de coisas do cotidiano daquele lugar.
O alcoolismo é algo banal para os moradores da favela. Muitos acreditam que com o álcool fica mais fácil de aceitar a dura vida. Carolina não bebe, por acreditar que se bebesse não teria o respeito dos filhos e diz: “Para concluir, eu não bebo porque não gosto, e acabou-se. Eu prefiro empregar meu dinheiro em livros do que álcool.”
O livro mostra de maneira bem realista a força de uma mulher atemporal. Mulher guerreira, batalhadora, esperançosa, de uma sensibilidade e perspicácia incomparáveis. Nela se traduziu a voz de muitos. Ela escancarou para a sociedade as mazelas dos marginalizados naquele época, mas que estão ainda presentes.

Quarto de despejo

 

Texto: Beatriz Aparecida da Silva Vieira.
Publicação: Ascom/IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho.

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