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Rogério Rondinelli Nóbrega compartilha parte dos fatos que viveu na Instituição

Publicado: Quinta, 14 de Dezembro de 2023, 11h41 | Última atualização em Quinta, 14 de Dezembro de 2023, 11h44

DSC 6166Entre os capítulos da nossa história foram relatados alguns fatos que ocorreram com o pai de Rogério Rondinelli Nóbrega, o professor Romário de Medeiros Nóbrega. Agora começaremos a abordar a trajetória do seu filho, o garoto que vinha à Escola Agrotécnica quando criança, que foi agricolino e agora é servidor do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho. Ele é pai de três: Breno Felipe Nóbrega, Juan Henrique Ferreira Nóbrega e Júlia Cristina Ferreira Nóbrega e casado com Elaine Nóbrega.

Rogério começa sua entrevista relembrando a dedicação do pai no trabalho desenvolvido dentro da Escola Agrotécnica. Os horários eram bastante rigorosos: às 6h30 vinha trabalhar, retornava para o almoço às 11h, tirava um cochilo após a refeição, “já batia a poeira e já saia de novo, voltava às 6h”. Essa era a rotina diária assistida por Rogério, ele ri e percebe que segue a mesma rotina do pai, com uma pequena diferença nos horários. A carga horária puxada e o comprometimento com o trabalho, acaba deixando pouco tempo livre para o convívio familiar, destaca o servidor.

Mesmo em meio a agitação do dia a dia, Rogério relembra que seu pai o trazia na Escola Agrotécnica, não tanto como os irmãos mais velhos, Romarinho e Rovilson, mas sempre que tinha a oportunidade estava na Instituição. Ele relembra que vinha para se divertir, para lavar o carro na Mecanização, mas que não imaginava que estudaria na Escola.

Rogério veio estudar na Escola no ano em que iniciou o semi-internato. Os jovens que residiam na cidade de Muzambinho poderiam realizar a prova do vestibular e, caso fossem aprovados, fariam o curso técnico, mas não moravam nas dependências da Escola. Os estudantes da cidade eram trazidos em um ônibus da própria Escola, passavam o dia estudando, tinham acesso ao almoço, mas não ao jantar, às 17h retornavam para a cidade de ônibus. Houve uma época em que os estudantes semi-internos voltavam para a Escola após o jantar e por aqui ficavam aproximadamente mais 2 horas estudando no período noturno.

Em sua fase de gabiru, como eram chamados os ingressantes, Rogério se recorda da insegurança em conviver com os alunos mais velhos, os veteranos. Inclusive aborda a questão do trote, logo no início do curso. Ele já conhecia o sistema de trotes que eram aplicados, atualmente os trotes são proibidos por lei, então tratou de se preparar. Para não ter o cabelo cortado com qualquer utensílio, Rogério trouxe uma tesourinha de casa para que cortassem o seu cabelo. Ele ri e diz que nunca mais recuperou a tesoura.

Outro ponto marcante era o ensino “puxado”, com professores exigentes, era preciso se dedicar para conseguir a aprovação. Rogério conta que não era impossível, mas era necessário estudar para ter boas notas. Na época, os alunos reprovados perdiam a vaga, então era preciso ser um estudante aplicado para ter êxito na Instituição. Ele fala que muitos tomaram “bomba” em matemática, mas ele se reunia com Délcio Bueno da Silva, hoje professor do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho - e estudava junto com o colega para compreender melhor a matéria. Além das aulas teóricas, os agricolinos (como eram chamados os estudantes das Escolas Agrotécnicas) eram responsáveis por manter os setores em ordem. Eles realizavam todas as atividades inerentes à agricultura e à pecuária.

Houve um caso em que Rogério estava sem condições de realizar um dos trabalhos, pediu dispensa ao professor, mas esta foi negada, ainda assim, Rogério não desenvolveu as tarefas e depois pediu desculpas ao professor, que acabou entendendo a situação. A ideia era que os alunos soubessem executar todas as atividades ligadas ao curso.

Na época em que Rogério estudou na Escola Agrotécnica, a instituição era ligada à COAGRI - Coordenação Nacional do Ensino Agropecuário - e contava com a Direção do senhor Oscar Lamounier Godofredo Júnior e a filosofia adotada era “Aprender para fazer e fazer para aprender”. Inclusive, o senhor Lamounier foi o paraninfo da turma.

As disciplinas ligadas aos animais eram as preferidas de Rogério, que já apontavam a área que iria seguir, a Medicina Veterinária. As aulas ministradas pelo professor José Lessa chamavam a atenção de Rogério, ele comenta que o professor tinha um jeito inusitado de dar aulas, andava de um lado para o outro na sala, não fixava o olhar nos alunos, não escrevia no quadro e utilizava apostilas.

A primeira influência para se tornar um médico veterinário foi em virtude do contato que teve com o professor Lessa. O que marcou a decisão de Rogério foi uma palestra ministrada para os estudantes do terceiro ano do curso Técnico em Agropecuária sobre inseminação artificial, ministrada pelo veterinário, Dr. Lázaro Antônio Vieira, que prestava serviço na Fazenda Sertãozinho, hoje pertencente ao grupo Globo, localizada em Botelhos. A Escola Agrotécnica sempre estava atenta às novidades do mercado agropecuário e as inovações eram apresentadas aos estudantes.DSC 6160

Rogério ficou encantado com o aprendizado, ele e mais dois estudantes do curso foram escolhidos para ir até a tal fazenda em que o veterinário trabalhava. Logo buscou uma maneira de acompanhar a rotina de atividades do Dr. Lázaro, ajudando-o naquilo que fosse necessário. Aquele foi o momento em que o agricolino decidiu a profissão que iria seguir.

O jovem foi para Alfenas e lá cursou Medicina Veterinária. Lembra do amigo que ajudava Rogério a estudar matemática? Délcio havia se tornado professor e ambos tiveram a oportunidade de conviverem novamente. “Excelente professor e foi várias vezes homenageado… mérito dele que é um grande professor”.

Já como Médico Veterinário, Rogério trabalhou com animais de grande porte por muitos anos, atuou em uma cooperativa e prestava assistência aos cooperados no manejo com as criações. Após 18 anos trabalhando, soube de uma vaga para veterinário na Escola Agrotécnica de Muzambinho e se candidatou. Ele se recorda que reencontrou Délcio no concurso e pensou que seria muito difícil superar o amigo, mesmo tendo estudado e se preparado bastante.

Para a surpresa de Rogério, Délcio desistiu de realizar a parte prática que compunha as etapas do concurso e abriu mão de seguir no processo seletivo. Rogério acredita que suas chances aumentaram significativamente e ele pôde ter êxito no início de sua caminhada como servidor público da Escola Agrotécnica.

Os encontros dessa dupla de Médicos Veterinários do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho ainda continuam constantes. Dessa vez foi a vez de Délcio ser aprovado no concurso do IFSULDEMINAS para professor e Rogério foi a pessoa que deu a boa notícia ao colega agricolino.

Com tantos anos de experiência com bovinos, Rogério iniciou um trabalho importante no Setor de Bovinocultura de Corte. No início, o setor tinha poucos animais e a Instituição comprava carne bovina para incluir na alimentação servida no refeitório para os alunos. Com este trabalho, houve aumento no rebanho e melhora da qualidade genética dos animais. Ele passou a manter as fêmeas para reprodução, abatendo apenas os machos. Com o aumento constante no número de animais, parte do rebanho foi enviado para a fazenda do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho que fica localizada na cidade de Guaxupé. Rogério explica que as crias da fazenda são trazidas para o Campus e o confinamento dos animais é concluído no Setor de Bovinocultura de Corte.

Os animais passaram a ser selecionados por Rogério e a qualidade do rebanho está cada vez melhor. O médico veterinário separa animais específicos que podem ser utilizados para substituírem as matrizes. Atualmente o Campus Muzambinho, no Setor de Bovinocultura de Corte, conta com aproximadamente 170 animais.

O Refeitório do Campus Muzambinho utiliza quatro bovinos na alimentação dos estudantes mensalmente. Rogério explica que antigamente, quando a cidade de Muzambinho tinha frigorífico, um animal era abatido por semana. Agora, para economizar nos custos com transporte, quatro animais são enviados para a cidade de Poço Fundo para serem abatidos em uma única vez.

O Setor de Agroindústria do Campus realiza o processamento das carnes, a maior parte é utilizada no refeitório e o restante é comercializada no Posto de Vendas da COOPAM. Quando o estoque de carne está baixo, 100% dos cortes de carne ficam para consumo do refeitório.

Rogério passou por várias fases da história do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho. Conheceu a Instituição quando ainda era criança, estudou na Escola, adquiriu conhecimento para atuar no mercado de trabalho, aqui descobriu que queria seguir a carreira como médico veterinário e exerce a sua profissão como servidor desta casa. Ele comenta sobre a gratidão de ter participado do Especial 70 anos do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, pois ele acompanha a Escola há mais de 40 anos pessoalmente e poder falar sobre parte do que viveu, é um momento marcante. “Eu sou muito grato à instituição, porque ela me abriu o mundo e, aqui que eu me vi como profissional”.

Texto e fotos: ASCOM - Campus Muzambinho

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